quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Querências

Quero aprender a ser pingos de chuva, que caiem para molhar o solo sedento. O solo que abriga e se despede, o solo da espera suave. Quero ser semente de sonhos, flores de alegria, quero me ver despida como árvore no outono. Quero me encher de sol e não ficar só. Quero morar em uma nuvem e me jogar dela. Quero atravessar os rios para sentir os pés molhados Quero ser bicho que fere, bicho ferido. Ser ferida que não cicatriza. Quero me sentir filha e me fazer mãe a cada manhã. Quero a delicadeza da presença de vida que a morte anuncia. E no querer de cada dia, descubra, a sombra do não querer.