segunda-feira, 12 de julho de 2010

Amiga Annelisa,




gosto do que escreve, do seu jeito quieto e sabido,

gosto e odeio a psicanálise,

e juntando tudo isso dá nisso.

mas já que estamos falando de Chico, veja isso:


“Se acaso me quiseres
Sou dessas mulheres
Que só dizem sim
Por uma coisa à toa
Uma noitada boa
Um cinema, um botequim

E, se tiveres renda
Aceito uma prenda
Qualquer coisa assim
Como uma pedra falsa
Um sonho de valsa
Ou um corte de cetim

E eu te farei as vontades
Direi meias verdades
Sempre à meia luz
E te farei, vaidoso, supor
Que és o maior e que me possues

Mas na manhã seguinte
Não conta até vinte
Te afasta de mim
Pois já não vales nada
És página virada
Descartada do meu folhetim”

Quer mais histérica que a narradora dessa saga??rs E quer mais obsessivo que seu parceiro?? Meu Deus isso aqui é uma aula de psicanálise!rs
Imagine esse obsessivo e as suas prendas para a histérica, que claro, as pedras tem que ser falsas, senão ela não estaria no seu “desbancar” o outro, no seu puxar o tapete.

E “ ela dirá meias verdades”, sempre “ a meia luz”, e ainda fará o obsessivo vaidoso, dizendo que a possui.
Chico Buarque regou de sedução histérica essa letra, para no final descartar do folhetim, ser página virada, já não valer nada. Ai, triste fim, será que um dia isso tem fim?rsrs Espero...


Lívia Poleti

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