segunda-feira, 12 de julho de 2010

Re-Encontro





Um sentimento estranho tem me feito companhia, uma companhia silenciosa e cortante, como uma navalha afiada. Um sentimento que é múltiplo e infindável e que jorra da mesma fonte. Um sentimento aprendido e ensinado.

E na estranheza do sentimento é que os passos foram trocados, as palavras “mal-ditas”, e na canção desentoada o par foi perdido, e no mesmo salão a música já não toca mais, mas permanece viva no silêncio que anuncia.

E o estranho sentimento me fez mulher, me mostrou faltante e me fez desejar, me permitiu sonhar com as estórias dos folhetins. O estranho sentimento me ofereceu mãos fortes que me protegeram, um olhar doce e palavras de carinho. O estranho sentimento ganhou corpo, ganhou forma, ganhou vida e alimentou a minha e se fez ausência. Ausência que tem cheiro de saudade, como o perfume bom que não sai da roupa.

O sentimento estranho chegou acompanhado, anunciado pela linda voz e pelo desejo despertado, a voz que já não se ouve, o desejo que tenta ser silenciado, mas o estranho sentimento, a espera do reencontro, espera ao meu lado.

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