segunda-feira, 12 de julho de 2010

CaOs e FrEnEsI




Hoje acordei com uma dúvida, e como fiquei feliz, eu que já não as tinha mais, não me preocupava em respondê-las, eram esquecidas. A dúvida agora me consola, tira o peso da verdade, por alguns anos evitei sair de casa, tinha medo de esquecer a verdade no meio da rua ou que alguém passasse e a levasse para longe de mim, então ficava trancada em um apartamento com olhos cautelosos nela, e ela imóvel no meio da sala, não sorria, faltava-lhe algo, eu a tinha roubado da dúvida, e ela sentia sua falta. Até então andavam de mãos dadas, freqüentavam festas, universidades, igrejas, tinham sido separadas porque eu tinha medo, medo de ser tida como tola, temia que a dúvida me fizesse duvidar do quanto me sentia boa. A dúvida me ameaçava, fazia –me sentir em carne viva, tão vulnerável. Numa manhã destas que o despertador toca na melhor parte do sonho, acordei cambaleando, olhei para sala, como sempre fazia, para me encher de verdade, e que susto! Ela não estava lá, onde estaria a minha verdade? Procurei-a nos meus guardados, atrás dos livros de psicanálise, no sofá e nada. Um sentimento de dúvida foi tomando conta de mim, duvidava que a verdade tinha me deixado, eu que tinha a amado tanto. Escutei um barulho na porta, corri para abrir, era a verdade que voltava com um olhar diferente, que o medo não deixou que eu o reconhecesse, tinha passado a noite fora, nada foi dito esta noite. Alguns meses se passaram e a minha verdade estava diferente, olhos brilhantes, que chegavam a me cegar, estava em um estado de contemplamento, e eu estava mudando com ela. Fui acordada com um ruído, caminhei ate sala, os olhos pareciam me trair, não acreditava no que via, a verdade tinha dado a luz, e estava imóvel, corri até ela, coloquei no colo, e chorei desesperadamente a sua morte mas logo fui tomada por um estado de frenesi, me senti humana, livre e,compreendi onde fora naquela noite.

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