segunda-feira, 12 de julho de 2010

A menina dos meus olhos




Tenho estado sentada na poltrona quente de um ônibus, por onde as pessoas passam, por onde as conversas ecoam, enquanto os cheiros misturados se mantém no ar. Já faço parte da velha fotografia, a minha vivacidade foi levada dentro das malas dos errantes.

Já não preciso pedir um sabor diferente a cada vez que tento fugir da rotina com um fio de esperança ,que me leva ao chão , como um cadarço desamarrado do tênis surrado pelos mesmos caminhos,já sei qual o sabor preferido, já vivi demais pra me aventurar, quero a segurança dos mesmos erros, o acerto me assusta.

Tenho a sensação de ter esgotado as possibilidades. Os sabores, os aromas, os temperamentos, mesmo com vendas nos olhos tenho percorrido o mesmo caminho.

Quero poder ver o cheiro do toque que se ouve na doce noite. Quero...quero...quero deixar de querer, tenho levado a vida com uma preguiça característica de uma ressaca alcoólica de uma noite incrível, tenho medo de não conseguir parar, ou de permanecer parada.

Quero respostas, mas o que farei delas, se o meu gabarito está preenchido errado, e as rasuras não me são permitidas. Tenho medo de ser borboleta, prefiro a segurança e isolamento de um casulo.

A noite me entristece, a beleza do céu me faz sentir pequeno, e pequena é minha alma. A menina dos meus olhos não brinca mais, a menina dos meus olhos não sonha com namorados, a menina dos meus olhos não acredita mais em mim. A menina dos meus olhos não convive com meias verdades.A menina dos meus olhos jaz em mim.

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